30 de agosto de 2023

HQMix 2023 – Orlandeli é finalista em 4 categorias

Saiu a lista com os finalistas do 35º Troféu HQMix e o Orlandeli concorre em 4 categorias:
- Publicação Independente Edição Única (A Coisa)
- Desenhista Nacional (A Coisa e O mundo de Yang)
- Publicação de Humor (Depois que eu matei o Libório)
- Web Tira (O mundo de Yang)

Veja a lista completa com todos os finalistas clicando AQUI

A cerimônia de premiação acontece no dia 06 de dezembro, no Sesc 24 de maio em São Paulo, com apresentação do Serginho Groisman.

(#orlandeli #hqmix #quadrinhos #hq)

HQMix, Orlandeli finalista em 4 categorias.
6 de abril de 2023

Migou em Santa Catarina

"O mundo de Yang" começou como tira, a cada semana eu desenhava uma história fechada que era publicada aos domingos nas páginas do Diário da Região e no site oficial que eu planejei especialmente para a série. 

Mesmo tendo um arco maior planejado, o roteiro final era definido semana a semana. De certa forma o Yang acabou virando uma espécie de “diário de percepções e emoções” do que eu via e sentia no momento.

Quem já leu o primeiro número vai lembrar de um personagem chamado MIGOU. Em um primeiro momento, Migou seria apenas uma representação do medo, porém, naquela época, já começava a acontecer um movimento de polarização dentro e fora do país..

Um discurso extremista, armamentista, intolerante e preconceituoso começava a circular livremente com ares de razão inquestionável. Parecia que uma “onda de ódio” avançava com força sobre aquilo que a gente costuma chamar de humanidade.

Isso acabou afetando a forma como enxergava o personagem. Lembrando de outros momentos na história, em que o mundo também parecia se perder na própria sombra, imaginei Migou como uma entidade que se aproveita do desequilíbrio no universo e instala o medo no lugar mais escuro da sua alma, gerando uma onda de irracionalidade.

Migou surgiu assim. Da observação dessa “onda”, que continuou crescendo desde então.
Parecia explicar bem porque, de uma hora para outra, a ignorância ganhava ares de virtude.

Discursos de ódio e intolerância não só aumentaram como ganharam destaque em espaços de poder.

O palavrão virou ativo. Para vender bem um livro bastava colocar um FODA-SE na capa. O negócio é ser agressivo, ensina o coaching bombado.

Deixa de ser fresco, porra. Para de mimimi, porra. Vira homem, porra. Não sou aquele seu professor maconheiro, porra. Não sou coveiro, porra! Não deixa te fazer de otário. É campari, não é cerveja, porra. Não uso xupeta, uso revólver, porra. SEEELVAAAAA!

Agressividade por todos os cantos.

Agora, hoje cedo, vejo a notícia que alguém invadiu uma escola infantil com uma machadinha e mutilou a vida, não apenas das crianças, mas de todos, TODOS os que fizeram parte da vida delas. Faz poucos dias um garoto matou uma professora. Nos últimos meses, vários outros casos parecidos.

A onda parece não ter fim.

Se o Migou tem algo a ver com isso, eu não sei.

De qualquer forma, preste mais atenção na sua agressividade e na forma como ela ecoa pelo mundo.

Isso não é sinal de força, é sinal de ignorância.

Não aumente a onda.

#migou #santacatarina #escola #crianças #assassinato #machadinha #violência #agressividade #ignorância #orlandeli #omundodeyang

29 de agosto de 2022

Desenhando uma tira do Yang, ao vivo

No dia 09 de julho desse ano eu fui convidado pelo Sesc Bauru a fazer uma atividade muito interessante. Desenhar uma tira em quadrinhos do início ao fim, ao vivo. A ideia era mostrar meu processo de trabalho, comentar a linha de raciocínio na hora de bolar uma narrativa, as ferramentas que utilizo e como utilizo, as questões que surgem pelo caminho e a gente precisa resolver... Foi muito legal. Escolhi desenhar uma tira do O mundo de Yang, uma porque havia começado uma série de tiras com o personagem e que precisei encostar para dar conta da demanda dos projetos A coisa, Depois que eu matei o Libório... enfim. E outra porque eu adoro desenhar o Yang e não iria perder a oportunidade de fazer isso ao vivo. Quem não assistiu ao vivo pode conferir todo o processo pelo Youtube do Sesc Bauru.

CONFIRA CLICANDO AQUI

26 de agosto de 2022

Entre uma coisa e outra – a narrativa introspectiva de Orlandeli

Ontem, 25 de agosto, foi a abertura da exposição “Entre uma coisa e outra - a narrativa introspectiva de Orlandeli” lá no Rio Preto Shopping.

Junto com a abertura aconteceu uma noite de autógrafos, depois de tanto tempo sem lançamentos presenciais, foi muito gratificante poder receber o olhar e o carinho de amigos e leitores. Obrigado a todos que compareceram nessa noite memorável.

O título da exposição faz referência ao livro, A Coisa, uma espécie de sentimento, uma sensação perturbadora, personificada na figura de uma criatura estranha que passa a perseguir Astolfo, um personagem que acaba de receber uma triste notícia.

Assim como no caso de Astolfo, o acaso pode bater na porta de qualquer um. Essas “coisas" aparecem das mas diferentes formas, pelos mais diversos motivos. Todos, em algum momento, acabam tendo que lidar com a sua presença, “é difícil passar pela vida sem ver “a coisa”.

Temas como luto, fé, impermanência, gratidão, desapego, inquietação, pluralidade, injustiça e esperança percorrem os quadros de suas histórias de forma despretensiosa, fazendo um convite à reflexão.

São 24 painéis que fazem um recorte de alguns desses momentos de introspeção presente em obras como: O mundo de Yang, Os olhos de Barthô, Chico Bento - Arvorada, Chico Bento - Verdade e A Coisa.

A exposição vai até dia 02 de setembro.

As fotos são de Ricardo Boni @bonipeixe

17 de julho de 2022

A celebração da Cultura Pop no CCXP AWARDS

Na última sexta, dia 15, estive na cerimônia de premiação do CCXP AWARDS, que aconteceu em grande estilo na Sala São Paulo, na capital.

Chegando na cerimônia com a minha companheira de sempre, Cláudia Orlandeli

Já esperava um cuidado diferenciado para o evento mas os organizadores conseguiram superar todas as minhas expectativas. Foi uma grande festa, uma verdadeira celebração à cultura pop e a todos aqueles que, mais do que produzir conteúdo, vivenciam esse universo de forma intensa e apaixonada.

Quadrinhos, cinema, séries, literatura, games, podcast… A união de vários universos em um só.

Se participar do CCXP AWARDS como finalista em quadrinhos já era motivo de alegria, imagine como fiquei quando soube que fui um dos premiados da noite. Incrível.

O belíssimo troféu e a obra, a Graphic MSP Chico Bento - Verdade, trabalho que me deu a premiação na categoria Melhor arte-finalista

Estava concorrendo em três categorias, Melhor Desenhista, Melhor Colorista e Melhor Arte-finalista, e foi nessa última que um Dragãozinho saiu voando de dentro do ovo dourado e iluminou o resto da noite. Aliás, que noite.

Um prazer, depois de tanto tempo, rever amigos de longa data e também conhecer pessoalmente outros tantos que já acompanho na distância imposta pela janela das redes sociais e publicações.

CCXP AWARDS teve uma primeira edição memorável, parabéns Ivan Costa, Marcelo Forlani e todos os envolvidos em jogar esse holofote na produção e nos nomes que fazem a cultura pop nesse país.

Foi incrível.

Junto com Kash Fire, finalista em Melhor roteirista por Espetaculare Meneghetti, Thiago do AfroNerd e a querida Cora Ottoni, que acaba de virar minha colega de Graphic MSP com a personagem Denise. Trava na pose.
Mais uma vez a Cora, o amigo de longa data Raphael Fernandes e a Cláudia
Com o grande editor, jornalista especializado em quadrinhos, homenageado da noite como Profissional do ano e, acima de tudo, amigo Sidney Gusman
Com o amigo e quadrinista Camilo Solano, finalista em Melhor desenhista
Com o grande Gidalti Jr., ganhador de Melhor álbum com Brega Store e dono de um dos discursos mais emocionantes da noite.
Com o grande Ivan Costa, uma das mentes que idealizaram e nos proporcionaram o CCXP AWARDS.
Sidney Gusman e eu ao lado dos queridos Mariana Viana e Pedro Ferreira, presidentes do júri na categoria Quadrinhos e responsáveis pelo canal Fora do Plástico

26 de maio de 2022

Desenhe o Yang no seu traço – #desenhandoyang

Já faz um tempinho que fizemos o último “Desenhe o Yang no seu traço”. Sempre bacana ver a variedade de Yangs que aparecem quando a gente faz essa brincadeira.

Pois bem, então vamos, mais uma vez, ver como vocês desenhariam o Yang no próprio estilo.

Pode reproduzir essa cena da postagem ou bolar qualquer outra dentro do universo do Yang. Para deixar a coisa mais interessante, quem topar participar da brincadeira pode ganhar um kit muito legal.

Serão dois kits contendo:

- Livro - O mundo de Yang - Dois Cortes

- Livro - A Coisa

- Print do Yang assinado

Para participar do sorteio você precisa ter uma conta no Instagram, publicar sua versão do Yang e marcar com a hashtag #desenhandoyang

TODOS que participarem e publicarem um desenho do Yang já estarão concorrendo . Não importa se você é profissional, se só gosta de desenhar ou simplesmente é fã da série. Publique o seu desenho na sua conta do insta com a hashtag #desenhandoyang e comece a torcer

O segundo kit não é sorteio. Vamos escolher, através de um júri de profissionais da área de quadrinhos, qual a melhor versão do Yang. O vencedor leva o kit. Segundo e terceiro colocados leva o Yang Dois Cortes + Print assinado. Os critérios são: Qualidade técnica, criatividade e sensibilidade para colocar a essência do personagem em seu desenho.

Os prêmios serão enviados por nossa conta (válido para território nacional).

Clique AQUI e veja como foi o último concurso e os ganhadores.

OBS: MUITO IMPORTANTE - Não deixe de colocar a hashtag #desenhandoyang na postagem, só assim vamos conseguir reunir os desenhos para o concurso e o sorteio. A publicação deve ser no instagram.

O resultado será na primeira semana de julho, até lá DESENHE O YANG NO SEU TRAÇO :)

#omundodeyang #orlandeli #drawthisinyourstyle 

29 de abril de 2022

A Coisa – um pequeno conto gráfico

Uma das recompensas para quem participou da campanha do Catarse para o livro A Coisa foi receber uma mini HQ impressa. A HQ tem um formato conhecido para quem acompanha o meu trabalho, pois segue os padrões da série de contos gráficos "(SIC)" que publiquei por um tempo e já rendeu três livros. A Coisa é uma sensação, algo presente que a gente não sabe muito bem explicar o que é, achei que cabia muito bem reproduzir isso em um formato de um mini conto gráfico e que, mesmo sendo indesejada, a gente ainda consegue conviver, de um jeito ou de outro, com A Coisa.

Se quiser conhecer o livro A Coisa, ou a série "(SIC)", pode acessar esses links: LOJA ORLANDELI, AMAZON, COMIX

20 de abril de 2022

Na minha cabeça mora um pequeno Angeli

Alguns artistas passam a vida correndo na frente. Saem em disparada e o resto que lute para tentar, pelo menos, não perder eles de vista. São a referência, aqueles que ditam o caminho de quem vem atrás. Angeli é um desses. Sinceramente, não tivesse conhecido a Chiclete com Banana lá nos anos oitenta eu nem sei se estaria aqui fazendo o que faço hoje. Aquilo me contaminou de uma forma tão intensa que, de uma hora para outra, ler já não era mais suficiente, queria fazer parte daquilo. Criava histórias em um caderno, que eram lidas por amigos de escola, de mão em mão. Não pensava em sucesso, conquistar isso ou aquilo… Só queria fazer parte daquele grupo de pessoas que contam histórias em quadrinhos.

Não demorou e, aí sim, comecei a publicar profissionalmente. Fazia tiras para um jornal. Humor de comportamento, claro. Igual a que lia na Chiclete. Desconhecendo qualquer fundamento técnico ou coisa do tipo para saber se o que eu fazia era bom, estabeleci um critério pessoal de avaliação. Perguntava pra mim mesmo:

- Daria para publicar na Chiclete com Banana?

Algumas vezes achava a tira boba demais (não era digna da Chiclete), aí tentava e tentava… Até chegar em algo minimamente razoável e que eu conseguia, pelo menos em meus sonhos, ver ocupando espaço nas páginas da revista. O critério funcionou, já que publiquei a tira durante mais de vinte anos.


Quando comecei a fazer charges não foi diferente. Angeli colecionou dezenas de troféus como melhor chargista, e não é por menos. Ele é simplesmente genial (nisso também). Fazia o tipo de charge que não se presta ao ridículo de ser só engraçadinha. Porém, também não se limitava a crítica pela crítica. Tinha sempre uma sacada inteligente, um desenho matador…Muitas vezes eu lia uma notícia e surgia uma piadinha óbvia na cabeça. Fazia o esboço, olhava o conjunto... Tudo certinho e engraçadinho. Certeza que o editor iria aprovar e os leitores iriam rir… Aí lembrava das charges do Angeli. Dava até um pouco de vergonha. Como se um pequeno Angeli começasse a falar na minha cabeça:

- É isso mesmo? Sem crítica, sem porrada… O cara é um fila da puta e você vai publicar só uma piadinha besta sobre o assunto?

Já descartei várias ideias por conta disso. Me obrigava a espremer a cabeça e ver se conseguia cavar mais fundo. Nem sempre saia algo muito melhor que a piadinha, mas em outras valeu demais a pena.Aí vieram os quadrinhos. Eu, com meu traço cartunesco, precisava acertar o meu desenho para histórias mais longas. Só fazia bonequinho narigudo, não servia para o que tinha em mente. Aí, mais uma vez, vem o Angeli. Que também é da casta dos fazedores de bonecos narigudos, mas desenvolveu um traço sujo, cômico e, ao mesmo tempo, dramático. Foi, de novo, uma das minhas principais referências gráficas. “Como o Angeli desenharia isso?” era uma pergunta recorrente.

A essa altura do campeonato o pequeno Angeli que mora na minha cabeça  já era quase um editor pessoal. Não perdoava.

 - Tudo isso é medo? Deixa de ser bundão. Bota pra foder nesse negócio aí, pô! 

E lá ia eu tentar cavar um pouco mais, chegar um pouco mais longe na solução gráfica, na ideia, na narrativa…


Hoje fiquei sabendo que o Angeli encerrou sua carreira de cartunista por conta de uma doença. Afasia. A mesma do Bruce Willis. Foda!Mesmo o Angeli tendo feito pelo quadrinho nacional mais do que 90% de todos os quadrinistas juntos, mesmo se a gente viver até os noventa e com a saúde intacta, não deixa de ser uma notícia triste.


Obrigado, Angeli.

Todos nós desenhamos e criamos um pouco melhor só por ter você sempre na nossa frente.

18 de março de 2022

A Coisa: da concepção à edição impressa

Ontem, dia 17 de março, estive no Sesc Rio Preto para realizar a oficina "A Coisa: da concepção à edição impressa", que teve como principal objetivo mostrar o processo envolvido na produção de uma história em quadrinhos, utilizando como referência o meu mais recente trabalho, o livro A Coisa.

A vivência foi gratificante em vários sentidos, uma porque é sempre bom falar sobre quadrinhos, discutir a parte técnica envolvida e o meu jeito pessoal de pensar uma história, outra porque também foi uma oportunidade de, mais uma vez, mergulhar no tema do livro, que trata de sensações e inquietações que fazem parte da vida de qualquer pessoa. Vamos percebendo que nada é absolutamente pessoal, em certa medida todos experimentamos sensações parecidas que ecoam dentro da nossa individualidade. Todos tem o seu próprio jeito de enxergar “A Coisa". Essa é a magia das histórias, sua capacidade de se conectar, mexer e transformar o universo que existe dentro de cada leitor.

O livro A Coisa foi um dos ganhadores do ProAC-SP de 2020, esse encontro fez parte das ações promovidas graças ao apoio do edital.

Obrigado ao Sesc Rio Preto por fornecer as instalações para essa vivência e um agradecimento especial a todos que participaram. Foi ótimo passar esse tempo com vocês.